Rosa Grena Kliass

Rosa, a primeira mulher a receber o Colar de Ouro do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) na semana passada!

A Rosa: “brasileira, mulher, arquiteta, mãe e avó, profissional, professora (bissexta), colega, educadora (perene), agitadora (incansável), criadora de obras e de instituições, viajante persistente e pessoa que ama a vida, que é e segue sendo, Rosa Grena Kliass – arquiteta paisagista brasileira de fama internacional.” Palavras de Ruth Verde Zein descrevendo-a.

A arquiteta e paisagista é responsável por centenas de obras de significativa importância construídas em diversas regiões do país, dentre as quais destacam-se o projeto paisagístico para a Avenida Paulista-SP (1973), os Parques Mariano Procópio e Halfeld em Juiz de Fora-MG (1979); a reurbanização do Vale do Anhangabaú-SP (1981), o Parque Mangal das Garças em Belém do Pará (1999), o Parque da Juventude na zona norte de São Paulo (2000) e o Parque do Forte em Macapá-AP (2000).

Além disso, Rosa teve uma intensa e constante atuação nas entidades profissionais, tendo sido a primeira mulher a compor a diretoria do IAB-SP, em 1959, e fundadora e primeira presidente da ABAP (Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas), em 1976.

Ser arquiteta mulher, como tantas profissões, não é fácil não! Sempre se pensou nelas como decoradoras, como as secretárias dos arquitetos homens, como as ilustradoras. Nunca como criadoras, como líderes. A Rosa, tanto quanto outras arquitetas no mundo, tem trabalhado muito no desenvolvimento humano e inclusivo da arquitetura – como, por exemplo, a responsabilidade da arquitetura com o meio ambiente.  Ela militou para ter cada vez mais concursos públicos nos projetos estratégicos das cidades brasileiras, para abrir ao debate e às ideias prurais o desenvolvimento dos parques, das praças, da paisagem toda.

O prêmio para a Rosa, depois de mais de quatro décadas de premiação só para os homens, faz-nos refletir a respeito da importância simbólica e tangível dos espaços sociais e políticos na construção física da sociedade. Hoje, em momentos de fragilidade democrática, a relevância do espaço público é maior. A Rosa vem criando, por 64 anos, esses ambientes públicos e diversos.

Transparência, participação e democracia, são os conceitos que esta mulher tão maravilhosa identifica fundamentais nos processos de desenho, de política pública. E de gênero. Assim, fecha o seu discurso, dizendo que um fator a mais para ter em conta nas futuras premiações, é o gênero, a diversidade social.  

O prêmio chega, muito tarde, mas chegou! Parabéns Rosa, parabéns arquitetas, parabéns mulheres!